terça-feira, 17 de setembro de 2013

Maria Teresa Horta - As Luzes de Leonor

 
Um extensíssimo poema sobre uma mulher nascida no Século das Luzes que dedicou a sua vida à busca da sabedoria e do conhecimento. Sempre muito à frente dos seus, bateu-se por um país que não fosse minado de intrigas e jogos políticos, lutou contra o despotismo que lhe marcou a infância e a juventude, questionou as proibições impostas ao sexo feminino e nunca se deixou vergar pelo que queriam impor-lhe.
Uma mulher culta e inteligente que foi presença notada em todas as cortes que frequentou, que tinha tantos admiradores quantos inimigos, que à imposição de casar e ter filhos respondeu com a necessidade de saber sempre mais. Enfurecia-se com a banalidade da sociedade portuguesa, o que fez com que, contrariando o pai severo, ousasse sair do país. Quis viajar, correr mundo à procura dos Grandes com os quais acabou por privar. Uma mulher com carácter e detentora de uma coragem invulgar que D. Maria, Carlota Joaquina e até Maria Antonieta fizeram questão de ter a seu lado.
Maria Teresa Horta revive a história de Leonor de Almeida, uma filha das Luzes que procurou sempre mais do que encontrou, que deu à poesia o que não soube ou não quis dar aos filhos. Para contá-la, recorre a uma linguagem poética utilizando um vastíssimo vocabulário que se enovela em metáforas e aliterações. Uma fórmula de sucesso, talvez a única capaz de espelhar todo o esplendor do século XVIII, de invadir a imaginação do leitor convidando-o a sentar-se a mesas fartas e a passear pelas ruas de uma Europa que a custo se iluminava.
 

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